Denúncias de trabalho escravo tiveram queda no Vale do Paraíba em 2024, aponta MPT
27/01/2025
Dados foram divulgados pelo Ministério Público do Trabalho nesta segunda-feira (27). Imagem de arquivo - Dois trabalhadores foram resgatados de trabalho escravo em Igaratá no ano passado.
Divulgação/MPT
O Ministério Público do Trabalho (MPT) da 15ª Região divulgou, nesta segunda-feira (27), um balanço que aponta que o número de denúncias de trabalho escravo no Vale do Paraíba e Litoral Norte caíram em 2024.
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Segundo os dados divulgados pelo MPT, de janeiro a dezembro do ano passado foram 26 denúncias recebidas pelo órgão na região. O número representa uma queda de 31,6% na comparação com 2023, quando 38 denúncias foram recebidas pelo MPT nas cidades do Vale.
Além do Vale do Paraíba, outras regiões como Campinas, Bauru, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e Sorocaba também tiveram queda no número de denúncias. Por outro lado, as regiões de Araçatuba, Araraquara e Presidente Prudente tiveram alta.
Para denunciar uma situação de trabalho escravo, a pessoa deve acessar o site do MPT-15 e clicar em “Denuncie” na parte superior do site. Em seguida, deverá selecionar a cidade e apontar as irregularidades trabalhistas. É possível fazer a denúncia de forma anônima.
Em São José dos Campos, a Procuradoria do Trabalho fica na Avenida Cassiano Ricardo, nº 601, 10º andar, no Jardim Aquarius. O telefone para contato é o (12) 3131-0050.
Homens que trabalhavam em situação semelhante à escravidão são resgatados em Igaratá
Caso na região
Em junho do ano passado, dois trabalhadores foram resgatados em situação análoga à escravidão em Igaratá (SP). Eles estavam em um sítio, na zona rural da cidade.
O resgate foi feito em uma operação realizada pelo MPT, Defensoria Pública da União (DPU), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Segundo a promotoria, eles dormiam em um dos cômodos da casa, sem janelas e com instalações elétricas precárias pelo chão e pelo teto. O imóvel foi encontrado com diversos fios espalhados.
Além disso, a casa não contava com banheiro - os operários precisavam fazer as necessidades básicas no mato. Eles não tinham água potável e usavam uma mina no local.
Para tomar banho, o pedreiro e o auxiliar praticavam um mecanismo rudimentar conhecido como ‘rabo quente’ para esquentar a água, que era retirada da mesma mina. Eles usavam um pedaço de ferro ligado precariamente na energia para colocá-lo dentro de um tonel de água.
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