Cosplayers profissionais e fãs do Vale e região se preparam para a CCXP, maior convenção de cultura pop da América Latina
05/12/2024
A Comic Con Experience 2024 atrai diversos cosplayers do Vale do Paraíba e região para o evento, que reúne grandes nomes do cinema, da TV, quadrinistas e milhares de fãs. Cosplayers do Vale participam da CCXP24
Arquivo Pessoal / @isaacamacho e @ayu.bacos
A CCXP (Comic Con Experience) 2024, maior evento de cultura geek e pop da América Latina, abriu as portas nesta quinta-feira (5) no São Paulo Expo. O evento atrai diversos fãs de games, séries, quadrinhos, cinema e é marcado também pelos cosplays de alto nível.
🧙♀️ Os cosplayers são fãs e entusiastas do universo pop que “incorporam” o estilo e o comportamento de personagens de filmes, séries, novelas e HQs, por exemplo.
A última edição do evento, que teve a duração de 5 dias, reuniu mais de 287 mil pessoas. Neste ano, o evento durará três dias e deve atrair novamente milhares pessoas, incluindo jovens da região.
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Bruna Alana Messias, de 33 anos, é moradora de São José dos Campos. Mais conhecida nas redes como “Ayu Bacos”, ela é uma cosplayer profissional que estará presente por três dias no evento e vai como convidada pelo segundo ano consecutivo. Ela cumprirá o papel de jurada do desfile de cosplayers.
“Está sendo uma enorme honra ser convidada pelo maior evento de Cultura Pop da América Latina. Gratidão pela confiança e carinho com o meu trabalho. Sexta estarei como jurada e sábado e domingo como convidada curtindo o evento", contou.
Cosplayers do Vale participam da CCXP24
Arquivo Pessoal / @ayu.bacos
O cosplay e a economia
Ayu explica que a arte consegue movimentar diversos setores econômicos, criando várias formas de trabalho, como em ateliês que confeccionam as peças; os propmakers que são responsáveis por fazer as peças das fantasias, como espadas, armas e itens relacionados às vestimentas; além dos apresentadores e jurados dos eventos e os próprios cosplayers, que podem se apresentar em eventos, competições, e criar conteúdos a partir disso ou fazer apenas por lazer.
“Cada área funciona de uma maneira. A minha, como apresentadora, eu sou contratada por um organizador, visto meu personagem favorito e comando o evento do começo ao fim com a minha energia à 220 volts, sendo sempre profissional e respeitando o cronograma que me foi me passado", disse.
Além de cosplayer, Ayu acumula diversas outras profissões. Ela é atriz, dançarina, nadadora olímpica, apresentadora, jurada, engenheira e influencer. Isso porque, para ela, o cosplay, mesmo tendo se tornado uma fonte de renda, ainda não é o suficiente, sendo necessário um segundo trabalho formal para complementar o salário.
“Definitivamente não consigo me sustentar com essa arte. Acredite: se desse, eu já teria largado tudo. Eu tenho duas fontes de renda extra hoje. Para eu tentar viver disso, eu teria que pelo menos me mudar para a capital, por ser mais acessível ir aos eventos, mas não é a minha realidade hoje", contou.
Para a cosplayer, o Vale do Paraíba tem crescido nesses últimos anos na área de eventos e, de acordo com ela, tende a crescer ainda mais, no entanto, ainda carece de oportunidades na área.
Cosplayers do Vale participam da CCXP24
Arquivo Pessoal / @isaacamacho
A necessidade que Ayu tem de ir para a capital para eventos não é somente para quem está no ramo profissional. Isabella Camacho, de 28 anos, moradora de Jacareí, que também vai na CCXP, mas para lazer, acredita que a região ainda está começando a caminhar para mais oportunidades na área.
“Uns anos atrás na minha cidade, por exemplo, não tinha quase nada de cosplay, hoje em dia já temos alguns eventos investindo nisso. Tenho expectativas que vamos crescer muito mais com isso nesses próximos anos", afirmou.
Inspirada por animes, Isabella entrou no mundo do cosplay aos seus 20 anos, no ano de 2017, caracterizando-se de Neji Hyuuga, personagem de Naruto Shippuden. Para ela, o cosplay é algo além de se caracterizar, mas sim tentar trazer os traços da personalidade do personagem escolhido.
“Ao contrário do que muita gente pensa, a origem do cosplay foi nos EUA e o termo é a junção das palavras costume (fantasia) e roleplay (atuação)”, explicou.
Cosplayers do Vale participam da CCXP24
Arquivo Pessoal / @isaacamacho
Quanto custa um cosplay?
Os valores para uma caracterização fiel de um personagem podem variar conforme a complexidade das peças necessárias, mas tem um preço médio de R$ 600 para os mais simples e, caso seja um profissional, o preço pode ir até R$ 4 mil, dependendo do personagem ou materiais. No entanto, caso exija um traje mais complexo, o preço pode continuar subindo.
Ayu já investiu milhares de reais na área. Entre as fantasias mais caras estão as dos personagens Katsuki Bakugou do anime Boku no Hero Academia, que teve o valor de R$ 1.500; Xiao do game Genshin Impact de R$ 1.200 e Link da franquia The Legend of Zelda, por R$ 1.300.
Isabella, que ainda não está completamente no ramo profissional, já comprou peças por valores mais caros, mas também fez cosplays improvisados, sem gastar tanto.
“O preço varia muito da complexidade do personagem e do quanto você quer investir nele. Consigo citar cosplays improvisados que fiz só comprando uma camiseta básica, e também até os mais complexos que resolvi investir e ficaram mais de R$ 1500 mil", narrou.
Cosplayers do Vale participam da CCXP24
Arquivo Pessoal / @isaacamacho
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